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Outono com El Ninõ pelo segundo ano seguido

Atualizado em 22/03/2016
Outono com El Ninõ pelo segundo ano seguido

A estação transcorrerá sob influência do fenômeno El Niño que atingiu seu pico de intensidade em novembro de 2015 e que hoje está em processo de enfraquecimento, mas ainda é forte no Oceano Pacífico Equatorial. “No decorrer do outono, o El Niño seguirá enfraquecendo e passar para a intensidade moderada e depois para fraca”, comenta a meteorologista Estael Sias. “Com o Pacífico ainda mais quente que o normal”, o fenômeno ainda deve impactar o regime de chuva e a temperatura no Rio Grande do Sul”, observa Estael.

O outono marca a expectativa pela chegada do frio, mas o começo da estação normalmente ainda tem mais características térmicas de verão. A chegada do outono não significa que o calor fica para trás”, adverte a MetSul. Dias quentes são normais em abril e maio e devem ocorrer em 2016. Quando há um período quente mais prolongado em maio após dias frios há a ocorrência do chamado veranico de maio, mas ele não ocorre todos os anos.

“Não estamos entre os que acreditam que este será um outono de muito frio e com altíssima frequência de geada. Haverá dias ou períodos frios a até gelados, especialmente entre maio e junho, como é o normal, mas a história mostra que outonos no segundo ano de um evento de El Niño não costumam ser gélidos”, esclarece Estael.

O outono, em regra, possui três períodos. No primeiro, até o fim da primeira quinzena de abril, costumam prevalecer as marcas mais elevadas nos termômetros com períodos esporádicos de calor mais forte. Na segunda metade de abril se dá o segundo, quando a freqüências de dias amenos ou frios aumenta e já podem ocorrer, dependendo do ano, até algumas noites com geada. Este período perdura até a metade de maio, quando tem início o terceiro com características climáticas já próximas daquelas observadas no inverno.

Outra marca do outono é a grande diferença de temperatura da noite pro dia. Trata-se de um dos períodos do ano com maior amplitude térmica e que também proporciona um aumento nos dias de nevoeiro, especialmente a partir de maio. Com freqüência, sob condições de céu limpo e ar seco, a temperatura pode variar até 20ºC ou mais no mesmo dia, o que força o uso de roupas mais pesadas no começo da manhã e vestuário mais leve no período da tarde.

O Oeste e o Sudoeste do Estado têm maior propensão a ter temperatura média mais baixa com um maior número de dias com madrugadas frias. A meteorologista da MetSul destaca que no Rio Grande do Sul, no geral, a perspectiva é de temperatura próxima ou até acima da média na maioria das regiões durante o outono.

Comum no outono é a ocorrência de bruscas mudanças de temperatura. “Muitas vezes na estação frentes frias avançam e as marcas nos termômetros que podem estar acima de 30ºC no Rio Grande do Sul imediatamente antes da chegada da frente podem cair para valores entre 0ºC e 10ºC em poucas horas”, destaca a meteorologista Estael Sias. Estas mudanças não raro são acompanhadas de vento forte de Oeste, do tipo Minuano.

O vento forte costuma vir com ciclones extratropicais (sistemas de baixa pressão), fenômeno que se torna mais freqüente a partir do outono e que impulsiona o ar polar para o Sul do Brasil. As rajadas costumam variar, em média, entre 50 e 100 km/h, dependendo do posicionamento do sistema de baixa pressão. Em alguns casos mais extremos, as rajadas ultrapassam 100 km/h no Sul e no Leste gaúcho com fortes ressacas do mar na costa. Como se esboça um outono em 2016 com temperatura mais alta sobre o Brasil e abaixo da média em pontos do Centro da Argentina, o contraste pode induzir mais ciclones entre o Uruguai e o Sul do Brasil com episódios de chuva forte e ventania.

O outono caracteriza-se ainda por mudança no regime da chuva. Enquanto no verão as precipitações se originam mais de nuvens carregadas que se formam pelo calor e a umidade alta, a partir do outono a chuva tem como causa principal a passagem de frentes frias e centros de baixa pressão. Em junho, não raro, se produz a atuação de frentes quentes, muito menos comuns aqui que as frentes frias e que quando ocorrem trazem altos volumes e ainda temporais. O outono é a época do ano com menor freqüência de temporais no território gaúcho, mas tempestades ocorrem quando há bruscas trocas de massas de ar e podem ser até muito severas e com danos, inclusive com histórico de tornados, especialmente quando da passagem de frentes frias fortes associadas a ciclones extratropicais.  

Quanto à chuva, observam os meteorologistas da MetSul, a expectativa é que o outono deste ano seja marcado por precipitações acima da média na maioria das regiões gaúchas e com  alguns episódios de chuva volumosa. Há preocupação que alguns eventos de chuva possam trazer volumes muito altos a extremos para o Estado, criando condições propícias para cheias de rios e enchentes. Não deve ser esperado, entretanto, um outono que seja todo ele chuvoso no território gaúcho, uma vez que após o ingresso de massas de ar frio e de alta pressão vão ocorrer períodos secos. 

Fonte: METSUL METEREOLOGIA

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